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quarta-feira, 25 de maio de 2022

Livro de Posse de Empregados Municipais

 

Entre os diversos documentos que compõem o arquivo histórico da Prefeitura de Guarará, temos uma série de livros referentes aos primeiros anos de administração de nossa cidade recém emancipada. Os assuntos são variados e às vezes chamam atenção pelo fato de certos registros serem estranhos aos olhos da modernidade do século XXI.

Um destes livros históricos é o que registra o juramento e posse dos empregados municipais da Vila do Guarará. Este livro foi aberto em 03/02/1891 pelo 2º Barão de Catas Altas, que ocupava o cargo de Intendente Municipal (função semelhante à de prefeito) e permaneceu em uso até 08/01/1903. Apesar de estar com mais de 130 anos este livro conserva-se em bom estado e sua grafia, se comparada com outros, é bem nítida e de fácil interpretação. Trata-se de uma relíquia histórica que sobreviveu ao tempo e ao manuseio muitas vezes incorreto ao longo de sua existência.

O 1º funcionário foi nomeado no mesmo dia de abertura do livro pelo 2º Barão de Catas Altas e os demais integrantes do Conselho de Intendência que era o Dr. José Telles de Menezes, Antônio Francisco de Souza e Comendador Firmino François Alibert, que empossaram o Sr. Luiz Pinto para o cargo de Secretário da Intendência Municipal. A 2ª nomeação foi de Marcelino José Dias de Castro para o cargo de porteiro e contínuo da Intendência.

Em 03/03/1891 perante as pessoas acima listadas tomou posse como fiscal geral do município de Guarará, Cassiano Gonçalves Loyola. Ainda neste dia foram nomeados para fiscal no Distrito de São José de Bicas, Francisco José de Andrade e para fiscal do Distrito de Maripá, Lucas Abílio de Souza Ferreira.

No dia 13/03/1891 o cidadão José da Rocha Pinto recebe a nomeação como Procurador Geral da Intendência de Guarará. Posteriormente, outros funcionários são nomeados e realocados conforme os meses vão passando em razão de renúncias, substituições e outros motivos diversos relativos à administração local até o ano de 1903.

A conservação de um livro histórico como o de Juramento e Posse de Funcionários Municipais, contribui na preservação e manutenção de nossa história local e regional (Bicas e Maripá de Minas). Seu conteúdo permite conhecer como era as funções e cargos públicos na última década do século XIX e início do século XX na sede e nos distritos. Suas páginas amareladas trazem o registro da história e memória administrativa de um período importante para nossa cidade, que começava a dar seus primeiros passos na vida autônoma.

Abaixo apresentamos um pouco dos registros contidos no referido livro:

 




quarta-feira, 11 de maio de 2022

Carnaval nas Décadas 1920-1940

 

Uma das festas mais tradicionais e populares em todos os rincões de nosso país e que remonta o período colonial era marcada pelo glamour das fantasias, marchinhas e desfiles teve seu período nostálgico na 1ª metade do século XX em Guarará. O carnaval unia as pessoas de todos os níveis sociais nos dias de folia e transformava a cidade numa grande e única família em prol das festividades carnavalescas que eram muito disciplinadas e organizadas.

O carnaval guararense era tradicional na região e bem visto na capital federal de onde vinham inúmeras pessoas que tinham laços familiares com a cidade, além de muitos turistas. Os dias de folia criavam um clima de euforia e entusiasmo pelas ruas e praças da cidade envolvendo crianças e adultos. Neste período a cidade parecia estar em transe se desligando dos problemas cotidianos.

A preparação para o carnaval começava no inicio ou no final do mês de janeiro dependendo do período de ocorrência da festa popular. O jornal O Guarará noticiava em suas páginas o começo das reuniões visando o planejamento e organização da folia carnavalesca. A eleição para a rainha do carnaval era bastante disputada entre as moças da cidade. A votação ocorria por envelopes a serem depositados em locais pré-definidos pela comissão organizadora. O resultado era divulgado no Jornal O Guarará. A Prefeitura Municipal, diversas pessoas e comerciantes ajudavam os organizadores dos blocos e dos bailes carnavalescos quanto captação de recursos para as despesas do evento.

No passado o ápice dos carnavais eram os desfiles de blocos e os bailes em salões e casas de famílias. Todos eles eram regados ao som de marchinhas tocadas por uma Banda de Música (Banda da Fazenda do Desengano na década de 1920, Lira Espírito-santense ou 10 de Novembro nas décadas seguintes) ou por grupo de pessoas que se reuniam para a finalidade carnavalesca. Havia concentrações públicas da folia na Praça do Divino e na Praça Cel. Afonso Leite. Geralmente as bandinhas percorriam o trecho entre as duas praças agitando os moradores e levando consigo vários foliões. As ruas eram de terra e o sacode da poeira não desanimava os participantes mesmo com chuva ou outros imprevistos temporais.

Havia intensa participação de blocos de Bicas e Maripá nos dias de desfiles pelas ruas e praças. Eles se revezavam com os grupos locais na condução da folia sempre acompanhados de autoridades destes lugares. O destaque ficava por conta da participação animada do Sport Clube Biquense com grande comitiva que o acompanhava nas apresentações em Guarará.

Os blocos carnavalescos locais mais antigos e tradicionais que despertavam as atenções eram a Embaixada do Prazer e a Vila Radiante nas décadas de 1930 e 1940. A data de criação de ambos permanece desconhecida. O Bloco mais antigo que temos notícias é o das Borboletas que desfilou em 1922. Na sequência temos o Bloco Infantil Estrela Dalva, Última Hora, Violetas, Caninha Verde, União da Elite, A Tentação e Ou Vai ou Racha que também animavam os dias de carnaval em Guarará com muito requinte e carisma. Neste período pode ter existido algum bloco que não tenha sido manchete nas páginas do Jornal O Guarará, ou que tenha desfilado de modo independente nos carnavais no período pesquisado.

Certamente que os carnavais antigos de Guarará deixaram sua marca na vida e na história de nossa cidade. Ainda hoje as pessoas mais antigas lembram com nostalgia dos dias de folia que contagiavam todos os cantões da cidade numa demonstração de alegria e entusiasmo. Muitas histórias transmitidas de geração em geração mantém acesa as recordações da beleza e do glamour de nossos carnavais de outrora que aos poucos foi perdendo seu brilho. Esperamos com esta publicação resgatar um pouco do glamour de nosso carnaval e obter novas imagens da folia no período pesquisado.

Abaixo apresentamos algumas fotos e reportagens sobre o carnaval nas terras guararenses nas décadas de 1920 a 1940.

Carnaval de 1923 em Guarará. Fotografia da Revista O Malho.

Foliões em cima de um carro em 1934 na Praça do Divino. Ao fundo temos o Bar Modesto, onde hoje é a prefeitura.  Na foto é possível notar a inscrição Embaixada do Prazer.


Carnaval de 1935 com um registro de foliões a caráter nas escadarias do Grupo Escolar Ferreira Marques.


Anúncio comercial  de Bicas acerca do carnaval de 1922.


Recorte a respeito do carnaval de 1922 em Guarará.


Carnaval de 1922.


Programação do Carnaval de 1922 publicada no Jornal O Guarará


Carnaval em 1924.


Blocos Carnavalescos em 1935.



Aspectos da realização do carnaval de 1935.


Preparativos para o carnaval de 1936.


Uma marchinha tocada no carnaval de 1936 em Guarará.


Carnaval em 1940.


Preparativos para o carnaval de 1941.