O
Teatro Municipal de Guarará começou a ser construído em 1939 e foi inaugurado em
23/06/1940. Arquitetonicamente a construção se enquadra no estilo Art déco, e
apresentam muitas das características próprias do estilo que são as estruturas
austeras, onde se destaca o geometrismo mediante a combinação ou inserção de
superfícies planas cortadas mecanicamente e sustentadas por suportes finos.
Como historicamente também é próprio do estilo, grande é o contraste decorativo
interior-exterior, apresentando o interior rico detalhamento e tratamento
estético na decoração de superfície, com utilização de materiais exóticos e
texturas naturais. Até o ano de 1945, na gestão de Bertholdo Garcia Machado e
Coronel Affonso Leite, a edificação sediou grandes apresentações de companhias
teatrais importantes e abrigou grande número de eventos sociais diversos, essa
época, foi segundo os antigos moradores do município, o período em que a
entidade mais atuou na área cultural.
Entre
os depoimentos levantados o que mais fornece informações relevantes é o da
professora aposentada Neuza de Oliveira que viveu em Guarará. As suas pinturas
artísticas foram feitas por três pintores da Escola de Belas Artes de Juiz de
Fora e que mais tarde ganharam prêmio na França. O pano de boca foi pintado por
Arnaud Gribel, pintor local além de ser um excelente músico O Teatro era
considerado o cartão de visita da cidade, pois todos que aqui vinham faziam
questão de visitá-lo. Nele trabalharam companhias teatrais como a Procópio
Ferreira que apresentou as peças Deus lhe pague e Não me contes esse pedaço,
além de trazer diversas vedetes. As irmãs Iracema e Norma Garcia colaboraram
muito conseguindo trazer elencos teatrais e conferencistas famosos para nele
atuar. Uma das concertistas famosas foi Magdalena Tagliaferro que mais tarde
mudou se para a França recebendo lá muitos prêmios pelo seu trabalho. Esteve
nele, para cantar, Orlando Silva do Rio de Janeiro e um grande jornalista, escritor
e poeta, Agripino Grieco, de Bicas, atuou um elenco teatral. Além das peças
teatrais foram apresentados nele mágicos e palhaços de circos famosos como o
Serrazane do Rio de Janeiro.
Aos
poucos, a juventude de Guarará conseguiu apresentar algumas peças. Mais tarde
serviu para ser apresentado, no prédio, o cinema exibindo ótimos filmes. O
Grupo Escolar “Ferreira Marques” também contribuiu para a cultura trazendo, nas
datas cívicas conferencistas que vinham de outras cidades. A decadência do
teatro começou quando sua porta foi aberta para bailes carnavalescos e festas
que não incluía “cultura”. (Depoimento da Neuza de Oliveira registrado em Abril
de 2003, transcrito e arquivado por André Colombo, pesquisador da Fundação
Cultural Chico Boticário – Rio Novo-MG).
Fonte
de informações:
Arquivo da Prefeitura de Guarará, Jornal O Guarará na ocasião da inauguração do
Teatro Municipal e blog o Guararense de Francisco Tânio de Oliveira.