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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Livro de Protocolos 1891-1903

 

Apresentamos um dos primeiros livros administrativos abertos pelos gestores da recém-criada Vila do Guarará. Trata-se do livro de Protocolos da Intendência Municipal presidida pelo s.r. Antônio José Gomes Bastos, o 2º Barão de Catas Altas, que administrou a cidade até as eleições de 1892.

Esse livro de capa rígida, páginas amarelas, corroído por traças e pelos diferentes usos ao longo de mais de 130 anos, sobrevive ao tempo para contar um pouco das ações administrativas da década de 1890 até o ano de 1903 quando parou de receber registros. Sua abertura ocorreu em fevereiro de 1891 e o primeiro registro é de 21/03/1891.

Um fato curioso e sem explicação é que os últimos registros de protocolos são do mês de dezembro de 1894 sendo que o livro ainda permanecia com a grande maioria de suas páginas em branco. Em 1900 o livro volta a ser usado para registros de auto de praça. Um destes registros contempla o edital de venda dos bens da Estrada de Ferro Guararense para arremate público.

Os protocolos vem redigidos na maioria das ocasiões pelo sr. Luiz Pinto que era o secretário da Intendência Municipal da Vila do Guarará. Em alguns momentos observamos a redação do Barão de Catas Altas no livro e do Procurador Municipal José da Rocha Pinto.

Os assuntos registrados são dos mais variados e às vezes estranhos para nossa interpretação no tempo atual. Com o passar de um século houve muitas mudanças e evoluções quanto ao modo de vida, costumes e atividades administrativas municipais. Este livro possui um valor cultural e histórico importante na vida da cidade pelo fato de nos aproximar de um passado remoto da década de 1890 e ao mesmo instante despertar nosso interesse pela história de nossa terra ao longo do passar dos séculos.

A preservação deste valioso expoente histórico é fundamental para várias compreensões do recorte histórico em que estamos situados. Numa análise atenta podemos observar um pouco da escrita antiga com um português arcaico, que era bem diferente do que encontramos hoje. A escrita era através de caneta tinteiro na cor preta. As palavras tinham contorno e acabamento que pareciam obras de artes, principalmente nas assinaturas e elaboração de documentos importantes.

As observações relatadas são uma pequena amostra do valor histórico do livro para a memória e história de Guarará e região conforme os anos avançam. Outras pessoas ao olharem o livro de protocolos podem encontrar novos valores culturais e recortes ainda não observados em suas linhas amareladas.

Abaixo apresentamos todo o teor do Livro de Protocolos entre 1891-1903.










segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Publicações Históricas

 

No passado não era hábito das pessoas em escrever pequenos livros e textos contando a história de um lugar. Se isso veio a ocorrer, infelizmente não chegou ao conhecimento nosso até o momento. Tal situação vem a mudar a partir da década de 1980 quando começam a se destacar publicações importantes mencionando Guarará e região. O conteúdo dos livros ocupavam-se de narrativas de aventura, romance, poesia e outros temas que atraíam atenção do público naquela época.

Devido esta peculiaridade de nossa cidade e região, muito de nossos fatos históricos foram sendo perdidos ao longo do tempo sem a devida anotação para as próximas gerações. Conforme as décadas iam passando ficou cada vez mais difícil peneirar os registros escritos lá do início de nossa história de nossa povoação.

Os pouquíssimos livros existentes dão uma noção de como funcionava a cidade entre o final do século XIX e as primeiras três décadas do século XX. A obra mais antiga impressa que temos conhecimento é o pequeno almanaque do Município de Guarará editado em 1899. Ele foi produzido pelas oficinas da Tipografia da Gazeta de Guarará no final de 1898 para circular em 1899. Seu autor foi o jornalista espanhol Francisco Sequeiros Teixeira, que residia em Guarará e na ocasião editava o jornal Gazeta de Guarará.

Esse pequeno impresso de 166 páginas traz um pouco das funcionalidades da Vila do Espírito Santo do Guarará e seus distritos de Maripá e Bicas. Nele há relação das autoridades municipais, distritais, religiosas, negociantes, proprietários rurais, indústrias e profissões, contos, poesias, publicidade variada, além de outros assuntos. O português peculiar da ocasião chama bastante atenção dos leitores mais atentos.

O outro exemplar de tamanha importância veio a surgir em 1916 e era intitulado o Município de Guarará. Era um livro editado pelo jornalista de origem italiana Roberto Capri e impresso em São Paulo. Foi produzido com autorização da Câmara Municipal que na ocasião pagou um bom valor pelo direito a 300 exemplares. Infelizmente poucos livros sobreviveram ao tempo. Pelas nossas contas são conhecidos apenas 04 exemplares atualmente.

Neste livro de poucas páginas temos belas fotos de Guarará, Maripá e Bicas, além de publicidade, informações históricas relevantes, atividades comerciais, agricultura e relação de pequenos lavradores. O autor chegou a produzir livros semelhantes em diversas cidades mineiras, que foram reunidos e lançados posteriormente em uma grande publicação contemplando boa parte do estado de Minas Gerais.

Tempos depois temos a ultima publicação conhecida a respeito de relatos sobre o Guarará antigo. Trata-se do livro Reportagens Históricas sobre o Município de Guarará, editado pelo saudoso Sebastião Gomes Baião, filho do 2º Barão de Catas Altas em 1932.

O livro conta um pouco das histórias cotidianas do passado desconhecido das terras do Espírito Santo no século XIX, além de fatos relevantes vivenciados pelo 2º Barão de Catas Altas, que foi o grande responsável pela criação da Vila do Guarará em 05/12/1890. Um dos motivos para edição do livro foi uma possível divergência entre o Redator do Jornal O Guarará em 1930 quanto a assuntos relacionados ao criador da Vila do Guarará em 1890, que no entendimento do redator abrangia outros nomes.

Estes 03 exemplares fecham a coletânea histórica sobre Guarará até a primeira metade do século XX. A partir do ano 2000 novas publicações podem ser encontradas na região e oferecem ao leitor assuntos interessantes sobre nossas cidades e antes não discutidos. 

Publicações locais produzidas com teor histórico voltam a ocorrer em 2019 onde é editado o livreto, Se Essa Rua Fosse Minha – As Ruas de Guarará, produzido pela Professora Eloíza T. Ferreira da Fonseca. No ano seguinte ocorre a publicação do livreto sobre os 111 anos da Escola Municipal Ferreira Marques e a história do Paço Municipal de Guarará.

Esperamos que estas publicações existentes até o momento possam incentivar outras pessoas a pesquisarem e escreverem sobre Guarará e a região em si, que ainda carece de muita informação histórica para melhor compreender seu povoamento e desenvolvimento, desde o século XIX até o período atual.

As publicações recentes podem ser acessadas através do seguinte endereço eletrônico:   

https://www.guarara.mg.gov.br/wp/publicacoes-historicas-e-culturais-cultura/