O
Capitão Gervásio Antônio da Silva Pinto, um dos nomes de maior destaque na vida
do Curato/Distrito do Espírito Santo do Mar de Espanha. A data que aportou em
nossas terras é um fato que permanece desconhecido. Logo se destacou, sendo um
grande fazendeiro e produtor de café da localidade e entornos. Gozava de imenso
prestígio político e social, além de ótima influência, estando presente na
solução de situações delicadas do cotidiano.
Acredita-se
que tenha chegado por aqui já casado com D. Margarida Eufrásia Monteiro de
Castro, que era de uma família de destaque na aristocracia mineira, tendo dois de
seus irmãos com o título de barão, Manuel José Monteiro de Castro (1º Barão de
Leopoldina) e Lucas Antônio Monteiro de Castro (2º Barão de Congonhas do Campo).
Em
1834 já era casado, conforme informação de um registro de batismo de 21 de maio
de 1834, onde Gervásio Antônio da Silva Pinto e D. Margarida Eufrásia Monteiro
de Castro batizaram Agostinho (filho do casal Antônio Gonçalves de Moura e D.
Gertrudes Joaquina da Silva), na Ermida da Fazenda do Tanque, em Lagoa
Dourada/MG (Registro: 93 - Página: 11 - Ano: 1834).
Ele
nasceu em 1801 em Lagoa Dourada, Minas Gerais. Seus pais eram o Capitão Elias
Antônio da Silva Rezende e Ana de Jesus Góes e Lara. Tinha um irmão gêmeo
chamado Protásio Antônio da Silva Pinto, falecido em 07/05/1841. Um de seus irmãos,
José Antônio da Silva Pinto, recebeu a honraria de Barão de Bertioga, sendo o
fundador da Santa Casa de Juiz de Fora.
Na
década de 1850, já residia no Curato do Espírito Santo com sua família. O local
exato de sua fazenda não foi identificado, mas sabe-se que possuía uma casa na
sede do arraial. Em 20/07/1856, faleceu D. Maria do Carmo Monteiro da Silva,
filha do casal, sendo sepultada no cemitério do Curato do Espírito Santo. Essa
mesma sepultura, tempos depois, receberia os restos mortais de sua mãe D. Margarida
Eufrásia em 30/09/1862.
Pensando
no progresso do Distrito e da região, uniu-se a outros fazendeiros produtores
de café e autoridades pensando numa forma ágil de escoar a produção cafeeira.
Dessa interação surgiu a ideia de financiar uma ferrovia que partisse de
Serraria e chegasse a São João Nepomuceno. No caminho haveria várias estações
para deixar e receber mercadorias, em especial o café, além de transportar
passageiros.
Foi
um dos maiores acionistas ao lado dos idealizadores da Estrada de Ferro União
Mineira (EFUM). Tinha uma participação com 500 ações no projeto, sendo o maior
acionista em contribuição no Distrito do Espírito Santo.
Por
imposição do destino, não chegou a ver as obras da EFUM chegar ao distrito,
pois faleceu em 03/01/1878, sendo sepultado no cemitério local. Após sua morte,
o destino dos filhos Manoel José Monteiro da Silva e Francisca de Paula
Monteiro da Silva tornou-se desconhecido. Não temos informações se eles ainda
permaneceram ou foram para outros lugares depois. Inclusive, a partilha de seus
bens ainda é incógnita.
Como
homenagem, uma das principais ruas da área central de Guarará leva o seu nome
desde o período distrital até hoje. Seu
túmulo permanece preservado com o de sua esposa e filha, no interior da capela
de São Sebastião, ao lado do cemitério municipal. Na época de seu falecimento e
dos familiares, essa capela era pequena e limitava-se ao fundo do cemitério. Após
sua expansão em 1889, os túmulos existentes onde ela passou a abranger
continuaram em seu interior, sendo identificados por uma placa de mármore
amarelada pelo tempo.