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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Capitão Gervásio

 

O Capitão Gervásio Antônio da Silva Pinto, um dos nomes de maior destaque na vida do Curato/Distrito do Espírito Santo do Mar de Espanha. A data que aportou em nossas terras é um fato que permanece desconhecido. Logo se destacou, sendo um grande fazendeiro e produtor de café da localidade e entornos. Gozava de imenso prestígio político e social, além de ótima influência, estando presente na solução de situações delicadas do cotidiano.

Acredita-se que tenha chegado por aqui já casado com D. Margarida Eufrásia Monteiro de Castro, que era de uma família de destaque na aristocracia mineira, tendo dois de seus irmãos com o título de barão, Manuel José Monteiro de Castro (1º Barão de Leopoldina) e Lucas Antônio Monteiro de Castro (2º Barão de Congonhas do Campo).

Em 1834 já era casado, conforme informação de um registro de batismo de 21 de maio de 1834, onde Gervásio Antônio da Silva Pinto e D. Margarida Eufrásia Monteiro de Castro batizaram Agostinho (filho do casal Antônio Gonçalves de Moura e D. Gertrudes Joaquina da Silva), na Ermida da Fazenda do Tanque, em Lagoa Dourada/MG (Registro: 93 - Página: 11 - Ano: 1834).

Ele nasceu em 1801 em Lagoa Dourada, Minas Gerais. Seus pais eram o Capitão Elias Antônio da Silva Rezende e Ana de Jesus Góes e Lara. Tinha um irmão gêmeo chamado Protásio Antônio da Silva Pinto, falecido em 07/05/1841. Um de seus irmãos, José Antônio da Silva Pinto, recebeu a honraria de Barão de Bertioga, sendo o fundador da Santa Casa de Juiz de Fora.

Na década de 1850, já residia no Curato do Espírito Santo com sua família. O local exato de sua fazenda não foi identificado, mas sabe-se que possuía uma casa na sede do arraial. Em 20/07/1856, faleceu D. Maria do Carmo Monteiro da Silva, filha do casal, sendo sepultada no cemitério do Curato do Espírito Santo. Essa mesma sepultura, tempos depois, receberia os restos mortais de sua mãe D. Margarida Eufrásia em 30/09/1862.

Pensando no progresso do Distrito e da região, uniu-se a outros fazendeiros produtores de café e autoridades pensando numa forma ágil de escoar a produção cafeeira. Dessa interação surgiu a ideia de financiar uma ferrovia que partisse de Serraria e chegasse a São João Nepomuceno. No caminho haveria várias estações para deixar e receber mercadorias, em especial o café, além de transportar passageiros.

Foi um dos maiores acionistas ao lado dos idealizadores da Estrada de Ferro União Mineira (EFUM). Tinha uma participação com 500 ações no projeto, sendo o maior acionista em contribuição no Distrito do Espírito Santo.

Por imposição do destino, não chegou a ver as obras da EFUM chegar ao distrito, pois faleceu em 03/01/1878, sendo sepultado no cemitério local. Após sua morte, o destino dos filhos Manoel José Monteiro da Silva e Francisca de Paula Monteiro da Silva tornou-se desconhecido. Não temos informações se eles ainda permaneceram ou foram para outros lugares depois. Inclusive, a partilha de seus bens ainda é incógnita.

Como homenagem, uma das principais ruas da área central de Guarará leva o seu nome desde o período distrital até hoje.  Seu túmulo permanece preservado com o de sua esposa e filha, no interior da capela de São Sebastião, ao lado do cemitério municipal. Na época de seu falecimento e dos familiares, essa capela era pequena e limitava-se ao fundo do cemitério. Após sua expansão em 1889, os túmulos existentes onde ela passou a abranger continuaram em seu interior, sendo identificados por uma placa de mármore amarelada pelo tempo.

Imagem 01: Caricatura atribuída ao Cap. Gervásio. Data ignorada.


Imagem 02: Assinatura do Cap. Gervásio em 1862, numa procuração do Cartório do Curato do Espírito Santo.