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quinta-feira, 28 de abril de 2022

Galeria de Gestores Municipais

 

Há exatos dois anos surgiu à ideia da elaboração de uma galeria contendo as fotos das pessoas que ocuparam o cargo de Agente Executivo e Prefeito de nossa cidade entre 1891 até os dias atuais. No passado não era comum o registro fotográfico em larga escala nas pequenas cidades. Esbarramos em diversas dificuldades para conseguir as fotos destes cidadãos. A maioria das famílias já não estava em Guarará e nem na região próxima. Algumas residiam inclusive em outros estados da federação e até o momento não conseguimos contato promissor com estas pessoas em busca de fotos de seus descendentes que habitaram nossas terras num passado longínquo.

Realizamos diversas inserções sobre o tema em redes sociais buscando informações que pudessem levar a obter o maior número possível de registros fotográficos de nossos antigos dirigentes. Após muitas insistências conseguimos o envio de valorosos materiais que possibilitaram compor nossa galeria de prefeitos. Ainda estamos em busca das imagens que estão faltando. Em seu lugar colocamos as assinaturas destes governantes até que tenhamos suas fotos para alocar no lugar dos nomes.

Devido à dificuldade com algumas informações relativas a período de mandatos, que eram um pouco imprecisas no passado devido à inexistência da justiça eleitoral, poderá haver alguma distorção quanto ao período correto que cada gestor ocupou na administração do município. Inclusive alguns documentos oficiais antigos da prefeitura deixavam falhas quanto a este tipo de informação. Alguns gestores provisórios ainda não foram listados por falta de comprovação documental de suas funções como prefeitos interinos. Assim que obtivermos informações confiáveis eles serão listados na galeria.

Até 1930, a Vila de Guarará era administrada pelo Presidente da Câmara Municipal, que ocupava também o cargo de Agente Executivo. Entretanto, após a revolução desse ano, a cidade ganha um Prefeito, nomeado pelo Chefe de Governo do Estado. A partir deste instante surge a palavra Prefeito em detrimento ao termo Agente Executivo, que cai em desuso em todo país.

Nas gestões mais antigas, em especial na década de 1890, o tempo de mandato variava de dois a três anos. Com o passar das primeiras décadas do século XX o período de governo passou para quatro anos. Com a chegada do Estado Novo em 1930 as nomeações eram para períodos que podiam variar entre meses e anos com o mesmo governante municipal.  Após este tempo voltou-se a modalidade de quatro anos. A exceção foi o período de 1977-1983 que foi de seis anos e de 1983-1988 com cinco anos. Nestes mandatos a posse do prefeito ainda ocorria no final de janeiro. Foi somente a partir de 01/01/1989 que as novas gestões começariam no primeiro dia de janeiro a cada quatro anos.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos (as) que colaboraram com o envio de fotografias para compor esse gesto de resgate da memória daqueles que governaram os destinos de nosso município, desde 1891 até o momento. Assim, buscamos com esta pequena iniciativa garantir as novas gerações o acesso à parte de nossa história política e administrativa.

Abaixo apresentamos as imagens de nossos gestores de 1891 até o momento atual:


Antônio José Gomes Bastos (2° Barão de Catas Altas): 1891-1892

Dr. Antero Dutra de Moraes: 1892-1894

Cel. José Ribeiro de Oliveira e Silva: 1895-1897

Cel. Álvaro Fernandes Dias: 1922; 1919; 1898-1900

Dr. Emílio Luiz Rodrigues Horta: 1901-1904

Cel. Francisco de Paula Retto Júnior: 1905-1907

Cel. Joaquim José de Souza: 1916-1918; 1912-1915; 1908-1911

Major Gervásio Evaristo Monteiro de Rezende: 1920-1922

Cônego Ângelo Rezende: 1922

Cap. José Vieira Camões: 1923-1927; 1919

Cap. Josino Ribeiro da Silva: 1931

Juiz Athos Albino de Souza: 1930-1931

Cel. Bertholdo Garcia Machado: 1931-1946; 1927-1930

Dr. Milton Machado: 1946

Cel. Affonso Leite: 1951-1955; 1947-1951; 1947

Mário Ferreira da Fonseca: 1955-1959; 1947

Marcos de Souza Resende: 1959-1963; 1947

Sebastião Costa: 1963-1967

José Carlos Bignoto: 1973-1977

Edir Cassetti: 1977-1983; 1967-1971

Antero Dias da Rocha: 1983-1988; 1971-1973

Alpheu José Machado: 1993-1996

Antônio Carlos da Rocha: 2001-2004; 1997-2000; 1989-1992

Lair Silvas: 2009-2012; 2005-2008

André Luiz Eufrásio: 2013-2016

José Maurício de Sales: 2021-2024; 2017-2020

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Curiosidades do Passado

 

 Ao voltarmos os olhos numa análise minuciosa em jornais O Guarará e livros de registros da Prefeitura de Guarará entre as décadas de 1930 a 1940, vamos encontrar muitos fatos curiosos a luz da vida contemporânea que ocorriam em nossa cidade. Com o passar de décadas os serviços e cobranças de tributos e impostos, tanto pela municipalidade como pelo estado governo federal, foram evoluindo em relação ao que existia de forma similar no passado e assim ganhando novos contornos, mas sempre com os pés lá atrás.

Diversas cobranças que existiram se forem observadas em pleno século XXI levaria a maioria das pessoas terem crise de risos e reações de espanto.  Na época analisada, por exemplo, era comum que os estabelecimentos comerciais pagassem um imposto anual a coletoria para poderem vender aguardente no balcão. Quem desrespeitasse pagaria multas elevadas e corria o risco de ter o ponto comercial fechado e ser processado por supressão de rendas ao estado.

Outra situação bastante curiosa era a obrigatoriedade de emplacamento de carroças e carros de boi, em especial na década de 1920 e 1930. Esta era uma determinação estadual e havia livros específicos para realizar o controle dos pagamentos e das placas. As bicicletas não escapavam e precisavam ser emplacadas e recolherem impostos aos cofres públicos para ter o direito de transitar pelas ruas e estradas da cidade sem serem incomodas pela Polícia.

Uma determinação federal chamava bastante atenção na década de 1930 e no decorrer da 2ª Guerra Mundial que era o registro de aparelhos de rádio que deveria ser feito nas agências do correio do local de residência do possuidor do rádio. Quem não fizesse este procedimento e fosse descoberto teria o aparelho lacrado pelas autoridades policiais até solucionar a pendência.

Nos anos iniciais da 2ª Guerra Mundial, o governo federal baixou um decreto que confiscava os aparelhos de rádio mesmo que regularizados de pessoas de descendência japonesa, alemã e italiana. Em Guarará foram registrados alguns casos de apreensão de rádios de imigrantes italianos segundo informações de seus descendentes. Pouco tempo depois os aparelhos foram devolvidos após a verificação que seus proprietários residiam no país em endereço conhecido com documentação regular desde antes do início da guerra.

Outro ato curioso era a cobrança por pena d’água. No passado não havia rede de distribuição residencial como conhecemos atualmente. As águas vinham de minas existentes nos fundos das casas e de nascentes distantes que eram canalizadas para certos locais particulares e públicos. Naquele tempo quem tinha mina em casa pagava a taxa da pena d’água. Em Guarará esta cobrança incidiria com maior freqüência na Praça do Divino, Rua Tiradentes, Comendador Noronha, Capitão Gervásio, José Pinto Soares, Barão de Catas Altas e Bias Fortes.

Havia ainda a necessidade do registro de cidadãos estrangeiros que vivessem em terras brasileiras. Estes deveriam comparecer a Delegacia de Polícia da cidade onde residiam levando seus documentos a fim de que o registro fosse atualizado anualmente, sob pena de serem deportados de volta ao país de origem.

Estes são alguns exemplos de como era o cotidiano das pessoas num período não tão distante em nossa cidade e confins do Brasil ainda rural. Com o tempo as mudanças foram ocorrendo nos modos de vida e nas ações de cobrança dos governos gerando novos procedimentos ao deixar outros para a História se encarregar de contar no futuro. Um ponto interessante a observar nestes recortes antigos é a forma de escrita da língua portuguesa, que era muito diferente da ortografia atual.

Abaixo apresentamos alguns exemplos de cobranças e fatos comuns no passado, mas estranhos ao olhar moderno:

 


Imposto sobre pena d'água para o ano de 1933.


                      Imposto sobre engenhos de cana para o ano de 1933.


Edital de 1935 exigindo o candeeiro para conduzir carros de boi.


                Aviso para registro de veículos na Prefeitura Municipal em 1936.


Informe sobre o registro de rádio em 1936.


Registro de estrangeiros em 1939.


Aviso de registro de carro de boi em 1940.


Baixa em registro de carro de boi em 1938.