Um
dos últimos jornais impressos e com bom conteúdo a circular pela cidade de
Guarará. Sua edição inicial foi escrita em dezembro de 1987 e seu encerramento
ocorreu em maio de 2001.
Era
um pequeno periódico do tamanho de uma folha A5 editado e escrito apenas de um
lado, inicialmente de próprio punho e depois numa máquina de escrever. Após a
produção dos primeiros exemplares e conferência pelo autor, era feita a cópia
da edição que seria afixada pelos postes da cidade, daí o nome Jornal do Poste.
A edição era mensal. Havia uma pessoa responsável pela afixação dos exemplares
com cola nos principais postes de cada rua de Guarará.
Trazia
uma abordagem simples com assuntos variados e fáceis de serem assimilados pelo
leitor. Os poemas e trovas eram bem elaborados e com uma linguagem sútil e
romantizada que levava o leitor mais atento para dentro do fato narrado. Como
todo pequeno jornal do interior, não deixava de dar puxões de orelha com
descrição e estilo em certas circunstâncias.
Nas
datas festivas, havia mensagens e reflexões bem produzidas pelo seu
redator-chefe para aquele momento. As festividades religiosas do Divino
Espírito Santo e Semana Santa recebiam destaque nas publicações. Em todas as
edições, buscou valorizar e incentivar o comércio local.
Era
um jornal respeitado e admirado em Guarará e região. Exemplares eram enviados
para diversas cidades de Minas Gerais e do país. Muitas pessoas ainda têm
guardado na gaveta edições do saudoso periódico como lembrança de época.
Seu
escritor era o saudoso Dr. Olivan Abrahim (1924-2020), filho de Iássara e Sayd
Abrahim, descendentes de libaneses, que chegaram à nossa cidade no início do
século XX e aqui se estabeleceram. Seus pais construíram uma numerosa e
benquista descendência ao longo dos tempos, estabelecendo fortes raízes em
nossa cidade até o momento atual. Foi casado com a Sra. Rosália Abrantes da
Cunha Abrahim. O Sr. Olivan deixou um legado expressivo através do Jornal do
Poste e de sua vida social e religiosa em Guarará e Bicas.
A
cessão das publicações deixou saudade e boas recordações junto aos seus
leitores até hoje. O pequeno jornal foi marcante em sua época. É lamentável que
os bons jornais tenham perdido valor e espaço desde o início do século XXI para
o mundo virtual, que veio com novos valores e prioridades.
Observação: Os exemplares 01,02 e 04 pertencem a família do Sr. Olivan Abrahim.
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