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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Domingos Ferreira Marques e Feliciana Francisca Dias

De onde vieram e como chegaram?

Onde se estabeleceram e qual sua ocupação?

Quantos filhos e netos tiveram?

Onde faleceram?

Estes e tantos outros questionamentos atribuídos a família de Domingos Ferreira Marques e sua esposa Dona Feliciana Francisca Dias, permaneceram envoltos num mistério histórico ao longo de quase dois séculos. Período de quase completo apagão quanto aos desbravadores das terras do que viria a ser o Curato do Espírito Santo do Mar de Espanha a partir de 1828 e Vila do Guarará, com a emancipação em 05/12/1890.

Ao longo do tempo muitas perguntas foram surgindo e as respostas não encontravam embasamento e argumentos sólidos para se concretizarem. A História do casal de sesmeiros permanecia uma incógnita para historiadores, pesquisadores e pessoas da comunidade que se interessavam pelos primórdios desta terra. Por onde se percorria não encontravam documentos relacionados à presença do casal Domingos e Feliciana nos arredores do Curato do Espírito Santo do Mar de Espanha e mesmo no entorno da região.

Esse vácuo foi se aprofundando à medida que o tempo passava e as fontes que poderiam trazer uma luz a vida do casal no arraial não eram encontradas por aqui (Guarará) e nem mesmo em Barbacena, Ouro Preto, Mariana e Belo Horizonte. Talvez os caminhos ou as indicações de fontes documentais estivessem errados, ou embasados em fatos imprecisos. Algo que veio a comprometer o rumo dos trabalhos ao longo de décadas. É verdade que muito de nossa história documental se perdeu, ou foi destruída pela ação humana e temporal em toda região. A cidade de Guarará, por exemplo, perdeu dois imensos arquivos particulares que poderiam ter estas e outras informações a respeito de seus fundadores. O Arquivo Municipal e da Paróquia local também sofreram enormes perdas devido à má conservação de papéis antigos.

A História de nossa colonização oficial a partir da concessão documentada das cartas de sesmarias em 1818 amargou pesadas derrotas para o tempo e a ação humana. As tentativas de buscar respostas para as diversas lacunas que iam surgindo foram muitas. Eu mesmo presenciei diversas ações infrutíferas nesse sentido a partir do ano 2000, algo que me motivou a entrar no hall de pesquisadores da História de Guarará e Região, anos depois através da Graduação em História.

Pesquisar e obter sucesso a algo relacionado à história, fundação e desenvolvimento desta querida e amada terra não é e, nem foi algo fácil de ser obtido. O abismo documental foi cruel com essa parte da região das Matas Mineiras ao longo de séculos. Essa é uma frase que comento com alguns pesquisadores que estudam a história destas terras de vales e montanhas. Na verdade, dói muito, mas não adianta chorar pelo que deixou de ser documentado na forma escrita, oral ou que foi perdido por descuido com o passar de décadas e de mais de um século.

Recentemente, após o contato com Jarbas Dutra Filho (1984-2021), via página do Facebook Guarará Patrimônio Histórico no segundo semestre de 2019, as coisas começaram a mudar e bons ventos começaram a trazer uma luz quanto às perguntas acima levantadas por nós e muitos outros pesquisadores e cidadãos. Após intensas conversas começamos a compartilhar as informações que cada um possuía e, este foi o caminho inicial para as buscas se intensificarem surgindo às primeiras respostas, meio que ainda perdidas e incompletas no contexto documental existente. Documentos ilegíveis, rasurados, escrita complexa, faltando partes, etc., foram alguns dos entraves encontrados nas análises a fim de começarmos a montar o quebra cabeça em torno da família Ferreira Marques e seus descendentes nestas terras.

A disposição de ambos os pesquisadores em prol de obter uma resposta para as interrogações existentes propiciaram o avanço de pesquisas inéditas quanto à família Ferreira Marques. Passando por sua provável origem entre Barbacena e Guarapiranga (atual Piranga), até chegar ao seu destino nas terras de sua sesmaria entre São João Nepomuceno e o Espírito Santo do Mar de Espanha, o caminho foi lento e complexo.

O trabalho inédito permanece em andamento em meio a dificuldades e contratempos como a perda repentina do colega Jarbas Dutra Filho, que nos deixou órfãos de muitas informações e caminhos a serem trilhados. Mesmo assim, conseguimos descobrir que Domingos Ferreira Marques nasceu em 1775 em Guarapiranga e faleceu em 26/05/1841 na sua fazenda nas proximidades do atual distrito de Roça Grande e Taruaçu pertencentes a São João Nepomuceno. O local de seu sepultamento ainda não foi identificado por nós devido à ausência de documentos. Sua esposa Feliciana Francisca Dias nasceu por volta de 1781 igualmente em Guarapiranga. Sobre ela, não foram encontradas até o momento informações acerca de sua vida e morte. Domingos e Feliciana casaram-se em 01/07/1795 na mesma localidade na Capela de São Caetano. Conforme apurado até o momento foi constatado que o casal teve 10 filhos que serão listados noutra oportunidade.

Abaixo temos um trecho do Inventário do Capitão Domingos Ferreira Marques onde é mencionado seu falecimento sem detalhes extras.



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