De suas origens quase nada sabemos até o momento, a não ser a data histórica de 1842, que marca o início da construção do suntuoso templo que permanece de pé na pitoresca Praça do Divino Espírito Santo na região central de Guarará, conhecida carinhosamente como Largo do Divino pelos moradores mais antigos. Importante destacar que até agora não foi encontrado qualquer documento que ateste a data do início da construção do templo atual. A informação do ano de 1842 como princípio de partida consta de relatos orais que foram sendo transmitidos ao longo dos tempos e em jornais locais (O Guarará e a Gazeta) que nunca citaram as fontes originais.
Segundo a tradição passada ao longo de quase dois séculos, havia por volta de 1830 uma pequena Capela primitiva em honra do Divino Espírito Santo nas proximidades da atual Igreja. Nesse pequeno templo eram realizadas as celebrações e sacramentos para os moradores de uma vasta região ainda pouco povoada ligada por muitos trilhos e com raras estradas de difícil acesso.
Os livros de registros paroquiais existentes que estão na Cúria datam de 1841 para frente, mas não é possível prever que as anotações de sacramentos e outros registros tenham sido iniciados a partir desse ano. Alguns estudos recentes sugerem que havia livros de sacramentos (batismo) a partir de 1833 no Arraial do Espírito Santo, embora eles não tenham sido localizados. Algumas transcrições que resistiram ao tempo apontam para essa possibilidade conforme apurado em anotações realizadas pelo Pe José Juvêncio de Andrade, datadas de 19/03/05.
É lamentável não só para a História, mas como para os registros históricos da Paróquia que esse preciso material tenha tido um fim não conhecido por nós. Se ele foi destruído por descuido, desgaste natural, ou se ainda permanece de forma anônima em alguma estante empoeirada de arquivo da região ainda não sabemos, mas torcemos pela última opção!
Nossa igreja perdeu muito de sua história contida em documentos que talvez nunca possa ser recuperado e ser repassado para nossos munícipes e pesquisadores. Infelizmente, muitas lacunas permanecerão sem respostas pelos próximos anos apesar de já termos encontrado um apequena luz no fim do túnel, que são os arquivos ainda não acessados da Cúria Metropolitana de São Sebastião na cidade do Rio de Janeiro.
Até 1897 a Matriz do Divino Espírito Santo era subordinada ao Bispado do Rio de Janeiro. Somente depois que passou a jurisdição da Diocese de Mariana em 1924 para a recém criada Diocese de Juiz de Fora. Há pouco tempo recebemos a informação que lá no Rio de Janeiro existem documentos relativos à Paróquia do Divino Espírito Santo que podem trazer uma luz a história de nossa igreja. Com o tempo iremos atrás desse precioso material histórico a fim de encontrar respostas que levem a um cronograma histórico do surgimento de nossa Igreja Matriz do Divino Espírito Santo que caminha em rumo de seus 200 anos de existência.
Quanto à construção da atual Matriz iniciada em 1842 podemos dizer que essa obra não teve a participação direta de Domingos Ferreira Marques seu patrono, já que ele falecera em 26/05/1841. Por outro lado, a participação e apoio na edificação da atual Matriz pode ter ficado a cargo da esposa Dona Feliciana Francisca Dias que era devota do Espírito Santo, seus filhos (as) e demais familiares. Essas são indagações que esperamos conseguir responder brevemente, assim que for possível acessar os arquivos da Cúria Metropolitana de São Sebastião no Rio de Janeiro.
Ainda estamos com a expectativa de que algum cidadão ou pesquisador tenha em seus arquivos pessoais documentos que venham a trazer esclarecimentos e respostas, quanto aos primórdios de construção da Matriz do Divino Espírito Santo do Guarará ou outros assuntos pertinentes a questão que ainda permanece oculto na história.
Fotografia da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo na 2ª metade da década de 1920.
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